segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

SISTEMA DEFENSIVO CONTRA MÍSSEIS BALÍSTICOS

Encerrada a Era da Pólvora?
EUA avançam na defesa aérea a laser
WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram sexta-feira (12 Fev) que testaram com sucesso um ultramoderno sistema de defesa baseado em um potente raio laser, modalidade de ação conhecida como energia dirigida. O feixe, que se propaga na velocidade da luz, é disparado de um avião adaptado, e é capaz de, em poucos minutos, detectar, identificar e destruir mísseis inimigos.

O sucesso do primeiro teste foi divulgado pela Agência de Defesa de Mísseis dos EUA (Missile Defense Agency - MDA). Em nota oficial, a agência informou que o teste aconteceu às 20h44 de quinta-feira (2h44 de sexta-feira, no horário de Brasília), num campo marítimo de provas militares, na costa de Ventura, região central da Califórnia.

“A Agência de Defesa de Mísseis demonstrou o uso potencial da energia dirigida para a defesa contra mísseis balísticos, quando The Airborne Laser Testbed (ALTB) destruiu, com sucesso, um míssil balístico em ascensão (boosting phase)”, diz a nota.

O sistema é desenvolvido por empresas privadas – a Boeing é a principal delas – e pela própria MDA. O “laser de alta energia” é fornecido pela Northrop Grumman, e o sistema de disparo é desenvolvido pela Lockheed Martin.

O equipamento é acoplado a um Boeing 747 Jumbo, adaptado especialmente para a empreitada.
  
Sequência de imagens que mostram a interceptação e destruição do missí balístico com raios laser a partir do Airborne Laser Testbed.
Teste inédito
O teste de sexta-feira foi o primeiro que, por meio da energia dirigida, atingiu um míssil balístico de combustível líquido em pleno voo. Em agosto, a arma a laser foi testada com sucesso contra outro tipo de míssil.

O objetivo da arma a laser, segundo a MDA, é deter mísseis inimigos, permitindo que os militares dos EUA interceptem mísseis de todos os tipos usando a velocidade da luz, enquanto estes estiverem em ascensão (boosting phase). Nesta fase há maior geração de calor que pode ser captado pelos sensores.

“O uso da energia dirigida é muito atraente para a defesa de mísseis, com o potencial de atacar vários alvos à velocidade da luz, a um alcance de centenas de quilômetros, e a um custo baixo por tentativa de interceptação em comparação às atuais tecnologias”, explica a MDA.
Belas fotos do Airborne Laser Testbed (ALTB). Baseado em um B747, poderá no futuro ser posicionado em satélites na órbita terrestre

Artefato destruído em dois minutos
Um míssil balístico de curto alcance foi lançado do mar, a partir de uma plataforma móvel. Em segundos, o Airborne Laser Testbed (ALTB) acionou seus sensores para detectar o artefato, e disparou um primeiro feixe de laser de baixa energia, cuja função é acompanhar a trajetória do míssil. Em seguida, outro feixe de baixa energia foi disparado para medir e compensar as alterações atmosféricas na região. O golpe final ocorreu quando o laser de alta energia (megawatt-class high energy laser) foi acionado em direção ao míssil, que entrou em colapso por superaquecimento, causado pelo feixe.
Todo o processo, do lançamento à destruição do míssil, durou apenas dois minutos, tempo em que os motores do míssil ainda estavam “gerando calor” na função de acelerar o artefato missilístico.
Segundo a MDA, o teste de sexta-feira foi o primeiro a ser realizado contra um míssil balístico movido a combustível líquido, e lançado de uma plataforma marítima. Em fevereiro, a MDA realizou um teste, também com sucesso, abatendo um míssil balístico movido a combustível sólido. Após o teste de sexta-feira, outro míssil a combustível sólido também foi abatido.

As diferentes fases dos sistemas de inteceptação de
mísseis balísticos como planejado pela Missile Defense Agency dos EUA.

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