segunda-feira, 27 de setembro de 2010

WEBJET cancela 47,2% voos nesta segunda feira, ANAC dispara rigorosa fiscalização e multa e empresa

A Estratégia de Risco da Webjet

A Companhia Aérea Webjet tem uma trajetória de altos e baixos. Em 2004, nasceu com apenas uma aeronave, mas parou suas operações menos de um ano depois. Voltou em 2006 e só ganhou corpo de verdade em 2007 quando o Grupo CVC passou a ser acionista da empresa.

A companhia de hoje nada mais tem a ver com aquela de 2004, é a terceira maior do país com aproximadamente 6% do mercado, já transportou cinco milhões de passageiros e opera vinte aeronaves Boeing 737-300.

Apesar desses números que impressionam, há no mercado, na imprensa e até nos fóruns de aviação especulações de que a companhia não estaria no rumo certo.

Desde que voltou a operar em 2006 a companhia vinha crescendo de forma lenta, porém sustentável, até que em 2009, Wagner Ferreira, ex-TAM, assumiu a presidência da empresa e deu início a uma reestruturação completa.

Em um ano, a frota de aviões praticamente dobrou, o conforto dentro dos aviões sumiu, a marca mudou e os preços das passagens caíram. Para se ter ideia, as aeronaves que antes tinham 136 assentos, passaram a ter 148 e os sanduíches e doces que eram servidos durante o serviço de bordo, foram substituídos por barras de cereal ou torradas.

Com a mudança nos serviços e a redução nos preços, a Web tende a perder os passageiros de negócio, que pagam relativamente mais, entretanto, exigem serviços relativamente diferenciados, como maior conforto a bordo e programa de milhagem.

Para que o novo plano dê certo, é necessário ter aviões cheios, mas infelizmente, observando os números divulgados pela ANAC em 2010, não é o que vem acontecendo. Desde janeiro, a taxa média de ocupação nos vôos da companhia só foi superior a 80% no mês de julho.

Segundo especialistas, com tarifas reduzidas e um Boeing 737-300 com aproximadamente 70% de ocupação, dificilmente as contas fecham.

Especula-se que a RYANAIR companhia aérea européia de baixo custo tenha interesse em comprar a empresa caso seja aprovada a mudança no Código Brasileiro de Aeronáutica, a qual permitirá que estrangeiros detenham até 49% das companhias aéreas brasileiras.

Se essa foi a melhor estratégia, só o tempo dirá, de qualquer modo, desejamos sorte e sucesso a Webjet para que a empresa cresça cada vez mais e de forma sustentável, trazendo assim mais concorrência para o mercado brasileiro.

Redação HANGAR20 



Brasília, 27 de setembro de 2010 – A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu a venda de bilhetes da companhia aérea Webjet nos voos programados até a próxima sexta-feira (dia 1º de outubro). A ANAC vem acompanhando a evolução do índice de voos cancelados pela empresa, que passaram de 2,4% em agosto para 5,7% em setembro, chegando a 9,7% na última semana. 

Os passageiros dos voos cancelados ao longo do mês estavam sendo reacomodados em voos da própria companhia e de outras empresas, inclusive com aeronaves fretadas. Os cancelamentos efetuados até então foram realizados de forma programada de modo que o passageiro não observasse nenhum transtorno.

Webjet
Cancelamentos
Agosto
2,4%
Setembro (até dia 27/9)
5,7%
Setembro (última semana – 19 a 25/9)
9,7%
Hoje – até 14h
47,2%
Até as 14h de hoje (27 de setembro de 2010), a empresa havia cancelado 47,2% voos. Com o aumento do número de cancelamentos verificado hoje, a ANAC decidiu suspender a venda de bilhetes nos voos programados até sexta-feira e intensificar a fiscalização da companhia tanto nos aeroportos quanto no Centro de Operações da empresa. Medidas mais severas poderão ser tomadas ao longo da semana se a situação não for equacionada pela empresa. Em julho, a Webjet foi autuada pela ANAC em R$ 225 mil por ter excedido a carga horária da tripulação.


Desde o período da manhã, a ANAC enviou equipes de fiscalização para os principais aeroportos onde a Webjet atua (Galeão, Santos Dumont, Guarulhos, Porto Alegre, Salvador e Confins-MG) para fiscalizar o atendimento aos passageiros de acordo com a Resolução nº 141. Entre outros direitos, a Resolução nº 141 prevê:


- reacomodação imediata em outro voo da própria companhia ou outra empresa;
- reembolso integral do bilhete para o passageiro que desistir da viagem, na mesma forma de pagamento da passagem;
- informação sobre os direitos do passageiro (inclusive por escrito);
- comunicação (Internet ou telefone, a partir de 1h do horário previsto para o voo)
- alimentação (a partir de 2h do horário previsto para o voo)
- hospedagem e traslado – se for o caso (a partir de 4h do horário previsto para o voo).

Os passageiros que não tiverem seus direitos atendidos deverão registrar queixa na ANAC:


0800 725 4445 (24 horas por dia, todos os dias, inclusive em inglês e espanhol)



Fonte: ANAC

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